Em palestra a magistrados, Fachin fala da importância dos juízes para a sociedade brasileira
Em palestra a magistrados, Fachin fala da importância dos juízes para a sociedade brasileira

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, participou nesta sexta-feira (3/10) do 25º. Congresso Nacional dos Magistrados Brasileiros, que reúne mais de dois mil juízes e juízas de todo o país para discutir temas relevantes ao Poder Judiciário.
Em palestra no congresso, o ministro defendeu a aproximação cada vez maior da magistratura da população brasileira, com a escuta necessária e ações voltadas para aqueles que recorrem à intervenção da Justiça.
“É imprescindível voltarmo-nos ao que é básico. Estamos diante da revolução da tecnologia e da ciência, mas se as cabeças cibernéticas na colmeia digital do mundo contemporâneo andam perto das nuvens, não nos esqueçamos que nossos pés caminham como seres humanos rentes ao chão. Onde as pessoas têm carne e osso, têm necessidades, e onde se realiza a verdadeira humanidade”, disse o ministro.
No diálogo com os magistrados, o presidente do CNJ defendeu o direito legítimo de trabalho dos juízes e juízas, com autonomia e independência, mas também com segurança. “Precisamos ter condições sempre, não apenas nos grandes centros, mas nos rincões mais longínquos. Por isso, estamos preocupados com as organizações criminosas e os efeitos nefastos da baixa segurança pública no Brasil que afeta toda a população brasileira e também afeta a magistratura”.
O ministro reiterou que será criada uma rede de juízes criminais com competência para atuar sobre organizações criminosas, a partir de um mapa do crime organizado e um pacto para o seu enfrentamento.
Na palestra, Fachin ainda defendeu o fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos ao lembrar que “toda juíza e todo juiz é, também, uma juíza ou um juiz do sistema interamericano de Direitos Humanos”.
Litigiosidade
O ministro falou sobre a alta litigiosidade do Poder Judiciário, não para demonizá-la, mas compreendê-la como um desafio para todos os magistrados. Os mais de 80 milhões de processos judiciais, segundo o ministro, batem à porta de quem “almeja respostas justas”.
Fachin também fez uma homenagem ao juiz Edinaldo César Santos Júnior, que morreu em junho deste ano, e atuava na Presidência do CNJ. E se colocou à disposição de todos os magistrados na defesa da categoria ao longo da gestão à frente do CNJ e STF.
“Não lhes trago respostas prontas ou pré-fabricadas como se fossem artefatos à venda. Lhes trago muita disposição de trabalho, minha dedicação integral, todas as horas e minutos do dia, para ouvir, dialogar, tomar as decisões corretas”, afirmou.
O congresso da Associação Brasileira da Magistratura reúne mais de dois mil magistrados de todo o país para discutir temas como inovação, sustentabilidade, inteligência artificial e expectativas para o Poder Judiciário. Além do ministro Edson Fachin, também participaram do encontro o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e os conselheiros Alexandre Teixeira e João Paulo Schoucair, do Conselho Nacional de Justiça, entre outros representantes do Poder Judiciário.
Agência CNJ de Notícias
Foto: G. Dettmar/CNJ