Diagnóstico da Estratégia Nacional 2021–2026 aponta uso da IA na Justiça como novo desafio
Diagnóstico da Estratégia Nacional 2021–2026 aponta uso da IA na Justiça como novo desafio

O uso da Inteligência artificial (IA), a ampliação do acesso à Justiça aos mais vulneráveis, a valorização de magistrados e servidores e as restrições orçamentárias e de recursos humanos são alguns dos desafios apontados pelos integrantes da Justiça em questionário que embasou o Diagnóstico da Estratégia Nacional 2021–2026.
O documento foi apresentado e discutido pelos integrantes do Comitê Gestor Nacional da Rede de Governança de 2025 durante a segunda reunião deste ano do colegiado, na última quinta-feira (22/5). O tema do encontro foi a revisão da Estratégia Nacional do Poder Judiciário (2021–2026).
Presente na reunião, o secretário de estratégias e projetos do CNJ, Gabriel Matos, destacou que, apesar de a estratégia ser elaborada para um período de seis anos, “muitas metas podem ficar obsoletas e são necessárias mudanças rápidas”. Como exemplo, ele citou o avanço da inteligência artificial. “A adaptação ao uso dessa ferramenta é um grande desafio. O fim do nosso trabalho é a justiça, mas o uso da tecnologia é meio essencial para atingirmos da melhor forma nosso objetivo. Por isso, a IA precisa estar na estratégia”, defendeu.
Esse foi um dos aspectos evidenciados no formulário encaminhado aos tribunais e aos conselhos, que tiveram até 15 de abril para responder a 22 questões. “Houve 100% de participação”, elogiou a diretora do Departamento de Gestão Estratégica do CNJ, Fabiana Gomes. Ela lembrou que a Estratégia Nacional, elaborada para um período de seis anos, traz a missão, a visão, os macrodesafios e os respectivos indicadores de desempenho.
O questionário também avaliou as qualidades do atual modelo e sugestões de mudanças para a Estratégia Nacional do período 2027–2032. Para 89% dos respondentes, a eficácia da atual estratégia foi avaliada como boa ou muito boa.
Os 11% que consideraram regular apontaram: ausência de metas para os indicadores dos macrodesafios; baixa efetividade prática da estratégia e falta de indicadores qualitativos; falta de concretização de alguns macrodesafios; e proposição de metas anuais que afeta a execução da estratégia. Os gestores ainda consideraram a Estratégia Nacional muito ampla, com dificuldade na concentração de recursos para o alcance da visão e de todos os macrodesafios.
Os respondentes opinaram ainda sobre os aspectos positivos dos macrodesafios e ressaltaram: o alcance das diversas áreas de atuação do Judiciário; as descrições objetivas; a integração com a Agenda 2030; o fácil entendimento; temas relevantes; entre outros. Sobre os pontos de melhoria, avaliam que deve ser reduzida a quantidade de macrodesafios, destacam a necessidade do agrupamento de temas correlatos e o estabelecimento de macrodesafios anuais, além da simplificação da linguagem.
Colaboração
Fabiana Gomes ressaltou que o levantamento contribui para assegurar o caráter colaborativo da revisão da estratégia atual, bem como o que pode ser melhorado para o próximo ciclo. A partir das contribuições dos gestores de tribunais e conselhos, o grupo deve trabalhar para a próxima reunião, marcada para 13 de junho, a proposta de revisão da missão, visão e atributos do Judiciário.
Ao final do evento, a gestora lembrou que todo o processo é feito com total transparência. “Há uma página no portal do CNJ com todas as informações e qualquer pessoa pode acompanhar a ata das nossas reuniões”.
Composição
O Comitê Gestor Nacional da Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário é formado por representantes de conselhos, tribunais superiores, tribunais de justiça, tribunais de justiça militar e tribunais regionais do trabalho, eleitorais e federais. A diversidade da representação serve para discutir as especificidades de cada segmento do Judiciário.
Texto: Margareth Lourenço
Edição: Thaís Cieglinski
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias
Foto: Rômulo Serpa/Ag. CNJ