Encontro de Comunicação do Judiciário: “É preciso fazer com que mentir volte a ser errado”, diz Barroso

Encontro de Comunicação do Judiciário: “É preciso fazer com que mentir volte a ser errado”, diz Barroso

Encontro de Comunicação do Judiciário: “É preciso fazer com que mentir volte a ser errado”, diz ...

“É preciso fazer com que mentir volte a ser errado, para que as pessoas formem suas opiniões sobre fatos reais”. A reflexão, feita pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deu início aos debates do 4.º Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, que acontece nesta quinta e sexta-feira (22 e 23/5), na sede do CNJ, em Brasília. 

Durante os dois dias, profissionais de comunicação de todos os tribunais do país vão trocar experiências e traçar estratégias para a construção de uma Justiça mais próxima, transparente, inclusiva e acessível. Na cerimônia de abertura, Barroso e o vice-presidente do STF, ministro Edson Fachin, destacaram a centralidade da comunicação pública como instrumento de fortalecimento institucional e conexão com a sociedade.  

Barroso destacou que a revolução tecnológica, marcada pela massificação da internet e das plataformas digitais, produziu três consequências relevantes: a chegada sem filtro da informação ao espaço público; uma imensa “tribalização” da vida; e uma crise no modelo de negócios da imprensa tradicional. “Nós passamos a viver o mundo das narrativas próprias, e cada tribo cria a sua própria”, salientou o ministro, alertando para as consequências desse fenômeno: “nessas narrativas, a mentira passa a ser uma estratégia política”.  

Nesse sentido, o presidente do CNJ afirmou que, se por um lado, houve a democratização do acesso ao espaço público e à comunicação, também “se abriram as avenidas para a desinformação e o discurso de ódio”. Diante desse quadro, defendeu: “os fatos objetivos precisam ser compartilhados. Esse é o papel da imprensa”.  

Ao tratar da atuação do Judiciário, ele observou que, por tratar das questões mais importantes e divisórias da sociedade brasileira, o Poder Judiciário passou a ser alvo de ataques. Nesse contexto, defendeu a adoção de uma linguagem mais acessível nas comunicações institucionais, incentivando o que chamou de “revolução da simplicidade”.  “Não por outra razão, nós aprovamos, no Encontro Nacional do Poder Judiciário de 2023, o Pacto pela Linguagem Simples”, relembrou Barroso.  

4.º Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário — Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

O ministro Edson Fachin, por sua vez, também ressaltou o papel estratégico da comunicação pública para a democracia. Para isso, enfatizou que ela deve ser “ética, nítida e acessível”, especialmente diante dos desafios da era digital, marcada pela desinformação e pela manipulação de narrativas. Fachin destacou ainda a importância de uma comunicação dialógica e empática. “Antes de comunicar, é preciso saber ouvir. A qualidade da comunicação é simétrica à qualificação da escuta”, afirmou.  

O ministro também chamou a atenção para o impacto das novas tecnologias na confiança pública: “Estamos imersos em uma realidade comunicativa cada vez mais horizontalizada. O mundo digital nos blinda com recursos extraordinários, mas também nos impõe desafios inéditos”. Como exemplo, citou os ataques ao processo eleitoral como episódios emblemáticos da distorção de decisões e da difusão de ódio.  

Ao encerrar sua fala, reforçou a necessidade de uma postura institucional proativa e transparente. “A comunicação do Judiciário é, antes de tudo, um ato de justiça. Quando comunicamos com responsabilidade, garantimos que a justiça não seja apenas feita, mas também percebida e compreendida como tal”.  

Também estiveram presentes na mesa de abertura a presidente da Comissão Permanente de Comunicação do Poder Judiciário e conselheira do CNJ, Daiane Nogueira de Lira, e a secretária de comunicação do Conselho, Giselly Siqueira.  

A programação do encontro segue ao longo da tarde com painéis sobre estratégias de comunicação, dados e transparência no Poder Judiciário e linguagem simples. Na sexta-feira (23/5), serão oferecidas oficinas sobre comunicação digital e produção audiovisual, gestão de crises e comunicação interna e ágil. O evento se encerra com painel sobre o futuro da comunicação na Justiça.  

Acesse a programação completa do evento


Reveja a abertura do evento no canal do CNJ no YouTube
 

Texto: Jéssica Vasconcelos
Edição: Thaís Cieglinski
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias

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