Presidente do TSE participa da Flip 2025 e reforça a segurança das urnas eletrônicas
Participação da ministra Cármen Lúcia aconteceu no último sábado (2), no Centro Histórico de Paraty (RJ)

Durante sua participação na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), realizada no último sábado (2), no Centro Histórico da cidade, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, reforçou a segurança do processo eleitoral brasileiro e a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Em sua fala, no painel “Inteligência Artificial e Direitos Autorais”, a ministra fez um alerta sobre o uso inadequado da tecnologia, isto é, quando utilizada para substituir a ação humana. Ela citou o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, lançado em 1936, que, segundo ela, é um exemplo de como a máquina pode acabar tolhendo a liberdade do ser humano, se for mal usada.
De acordo com Cármen Lúcia, as novas tecnologias podem ser parceiras de mulheres e homens se usadas com responsabilidade. Exemplo de criação bem-sucedida é a urna eletrônica, implantada para ajudar o eleitorado no momento do voto, bem como para proporcionar mais segurança ao ato de votar.
A ministra alertou ainda sobre o uso da inteligência artificial para disseminar desinformação. “Eu costumo falar sobre o risco dos ‘5Vs’. Primeiramente, [há] o V de volume de informações que cada um de nós recebe. É um volume impressionante. O que é que isso faz no cérebro da gente? E, na hora que você recebe muita coisa, você não dá conta mais de discernir o que é bom ou ruim”, afirmou.
O segundo V, conforme explicou a ministra, é o V de velocidade, "que também impede o cérebro de raciocinar sobre cada coisa" que recebe. O terceiro V seria de variedade, que diz respeito aos diferentes temas a que cidadãos estão expostos, desde notícias locais até o que está acontecendo do outro lado do mundo, propagandas e notícias de pessoas próximas misturadas às informações de gente desconhecida. “É uma variedade [tão grande] que você não consegue focar para dizer racionalmente sobre o que você está falando, qual é a sua prioridade”, avaliou.
Os outros dois Vs a que ela se referiu foram o de viralidade e o de verossimilhança das informações e imagens. “Impressiona-me que todo mundo fale disso com naturalidade. Viral vem de doença, de contaminação, contaminar a ideia sem filtro à sua liberdade”, completou.
O alerta da ministra foi para que a sociedade se prepare para as Eleições Gerais de 2026 e esteja atenta e educada para driblar a desinformação, assim como para evitar que o mau uso da tecnologia afete a liberdade na hora de votar.
“Acho que a hora em que a gente está mais livre é sozinho diante da urna, não como ser humano, mas como cidadã, cidadão. Ninguém sabe [para quem é o voto], ninguém viu e é você que põe lá. Você pensa e aperta o botão. O que você colocar ali vai ser computado, e acabou a conversa”.
LB/LC/DB