CNJ revela perfil das emissões de carbono do órgão e reforça compromisso com a sustentabilidade
CNJ revela perfil das emissões de carbono do órgão e reforça compromisso com a sustentabilidade

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concluiu os inventários de gases de efeito estufa (GEE) referentes aos anos-base de 2023 e de 2024. Os documentos apresentam dados das emissões, diretas e indiretas, relacionadas às atividades do órgão. Informações dos inventários mostram que a maior parte das emissões do CNJ, cerca de 83%, está concentrada no Escopo 3, que inclui transporte de documentos e materiais, geração e destinação de resíduos sólidos, viagens, entre outros.
O diagnóstico, elaborado por empresa especializada na área ambiental, reforça o compromisso do CNJ com a agenda ambiental e a liderança climática no Poder Judiciário, bem como o cumprimento da Resolução CNJ n. 594/2024, que institui o programa Justiça Carbono Zero. Para o levantamento, foi utilizada a metodologia GHG Protocol, que abrange os Escopos 1, 2 e 3. O Escopo 1 se caracteriza pelo uso de geradores a diesel, combustão móvel, combustível consumido na frota veicular oficial, emissões fugitivas, vazamento de gases refrigerantes; e o Escopo 2 analisa o consumo de energia elétrica nas instalações do CNJ.
O CNJ aderiu ao Programa Brasileiro GHG Protocol, responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro. Nesse sentido, houve o desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de GEE, constituindo uma das principais iniciativas nacionais voltadas à padronização e à transparência na elaboração de inventários corporativos de GEE.
As informações contribuem para a gestão ambiental institucional, apoiando o desenvolvimento de estratégias de redução e compensação das emissões de GEE no CNJ. Em órgãos públicos, como o Conselho Nacional de Justiça, o inventário é também um instrumento de transparência, responsabilidade institucional e liderança climática, contribuindo para a promoção da sustentabilidade no âmbito do Poder Judiciário.
O documento revela que as emissões de CO2 biogênico representaram 15,25% (209,38 t) das emissões. Dados de 2024 mostram que no âmbito do Escopo 1 (direto) foram emitidos 104,74 tCO₂e. Já nos Escopos 2 e 3 (indireto), foram emitidos 1312,22 tCO₂e. Além disso, o levantamento destaca que o consumo aumenta ou diminui conforme as estações do ano. Na primavera, nos meses de outubro e dezembro, em função da climatização, o consumo de energia aumenta, chegando a 27,12% do total. E no inverno, nos meses de julho e setembro, o percentual cai para 22,74% do total.
Conforme os dados dos inventários, as emissões do Escopo 3 apresentaram predominância significativa, correspondendo a 83,94% do total registrado em 2023 e 82,14% em 2024. Esse resultado destaca a relevância das emissões indiretas não gerenciadas diretamente pelo CNJ, como aquelas relacionadas à cadeia de suprimentos, à aquisição de bens e aos deslocamentos dos colaboradores. A expressiva participação do Escopo 3 evidencia a necessidade de estratégias eficazes de engajamento com fornecedores, além do fortalecimento dos mecanismos de monitoramento e gestão dessas emissões, com o objetivo de reduzir de forma efetiva a pegada de carbono institucional.
A quantificação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) constitui, como aponta o documento, o ponto de partida para a jornada rumo à neutralidade de carbono. O objetivo final é reduzir as emissões e compensar aquelas que forem residuais. Para alcançar essa meta, segundo consta nos inventários, é essencial a implementação integrada de diversas frentes estratégicas, tais como: gestão de resíduos sólidos, promoção da mobilidade sustentável, adoção de uma matriz energética limpa e expansão da estrutura normativa.
Texto: Ana Moura
Edição: Thaís Cieglinski
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias
Foto: Arquivo CNJ